Da distinção na Cultura e fundamentação teórica
O conceito de Cultura é complexo prestando-se a diversas definições. Poderíamos aqui utilizar Geertz (1989) porque este autor se situa perante a Cultura através da Semiótica, quando o homem é amarrado a uma teia de significados que ele mesmo teceu.
Lipovetsky e Serroy (2011, p.13) definem o momento atual como Era Hipermoderna onde "a cultura tornou-se um mundo cuja circunferência está em toda a parte e o seu centro em parte alguma”. Esta nova forma de modelar aconteceu quando o ciberespaço se tornou instrumento primordial de relacionamento com o mundo através da tecnociência e nós aprimoramos, á nossa imagem e semelhança, os modos de agir, as ações motoras que favorecem tais atos, por intermédio da cultura da simulação.
As palavras confundem, por vezes distorcem, sendo necessário efetuar um corte entre o que denominamos no âmbito das linguagens, como Gestualidade, daquilo que faz parte da Expressão corporal, porém ambas operadas no sistema motor e correspondente à nossa Corporeidade.
A linguagem por intermédio dos gestos, ou o que corresponde a Gesture, utilizados em diferentes países tem muitas vezes um significado diferenciado, cultural, além de ser uma forma de linguagem para comunicação entre deficientes auditivos.
As tentativas iniciais de classificar o movimento humano têm a sua origem a partir do séc. XX.
As práticas e técnicas corporais são consideradas desde 1926, como possíveis meios de elucidação dos mecanismos pelos quais o grupo modela o indivíduo à sua imagem (MAUSS, 1974, p.04). Como a sociedade fabrica estereótipos, a tentativa era a de criar um inventário dos usos e técnicas corporais transmitidas pela tradição, por hábito. A variação era pautada na idade, sexo, rendimento e a observação destas técnicas apontavam para o parto, sexo, amamentação, modos de nadar, transportar filhos, dormir, dançar, comer, beber, entre outras.
Outro teórico do movimento humano foi Laban (1994), que instituiu como movimentos básicos do homem, de onde todos os outros seriam originários, o deslizar, o flutuar, o pressionar, o torcer, o socar, o chicotear. Mas a classificação mais utilizada sobre o Comportamento Motor subdivide as nossas ações motoras em movimentos de locomoção, de manipulação e de estabilidade. (GALLAHUE , OSMOUN, 2001)
São inúmeros os teóricos que estudaram e efetivaram pesquisas aponta Fonseca (2008, p.10),distribuídos entre os europeus encontraremos Wallon, Piaget, Ajuriaguerra, no tocante à evolução psicomotora da criança; entre os norte-americanos que pautaram seus estudos sobre a educação perceptivo-motora encontram-se Kephart, Cratty, Getman, Frostig, Barsch, Ayres. E quanto à aprendizagem motora encontraremos Magill e Go Tani. Os autores russos pesquisaram sobre a Educação sócio-motora, os mais importantes são Vygotsky, Luria (organização neurofuncional), Bernstein (concepção cibernética da ação) e Zaporozhets(hábitos motores).
Mas estas são as fundamentações teóricas desenvolvidas a partir do movimento humano no real. Mas o que acontece na interface tecnológica que se encontra além do multi-touch? Além da captura visual do movimento? Ou da detecção do movimento? Ou do reconhecimento do gesto?
Icosaedro |
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