Diversos autores como Vitor da
Fonseca, Go Tani, Gallahue e Ozmoun, Papalia
(e outros) publicaram uma extensa bibliografia sobre as habilidades motoras do
ser humano, ou seja, do desenvolvimento humano da criança até ao que
denominamos de terceira idade, contemplando assim um estudo das diversas fases
e das aquisições, da assimilação de novos aprendizados e da adaptação do ser humano perante os
artefatos manipulados e como estes artefatos, criados por nós mesmos, influem
em uma adaptação cerebral ampliando com a assimilação de novas habilidades novos
comportamentos motores que geram a seguir aprendizados diferenciados que
facilitam o manuseio e/ou
manipulação dos
objetos em variadas facetas e unindo analisadores óticos, táteis, visuais e
auditivos.
Eis um assunto que foi abordado
exaustivamente devido ao interesse em ter como foco as crianças em que ocorrem
dificuldades no manuseio de objetos e como identificar a área afetada neste
procedimento indicador como um atraso em seu desenvolvimento.
Gallahue e Ozmound (2005, p.173)
nos dizem que as habilidades manipulativas de um bebê evoluem ao longo de estágios onde inicialmente devem
ser considerados os atos de alcançar, segurar e soltar. Nesta teoria
desenvolvimentista alongamos nosso conhecimento para habilidades que contêm
padrões de movimentos que são próprios ao desenvolvimento das crianças e o
fugir destes padrões gera preocupações familiares e aconselhamento médico. Embora
existam diferenças entre crianças e diferenças entre padrões motores.
Desta forma em seu crescimento a
criança desenvolve a percepção motora e freqüentemente se atrasam por
restrições ambientais embora não existam evidencias de que estas habilidades aprimoradas
possam melhorar o desempenho acadêmico no futuro.
Papaglia (2006,p.276) indica que
as crianças mesclam as capacidades que já possuem com outras que vão adquirindo
em direção a uma complexidade, ou seja, as habilidades motoras refinadas envolvem os pequenos músculos das mãos e do
olho (coordenação óculo-manual) em uma criação de sistemas de ação.
Já Vitor da Fonseca (2008) que
faz uma leitura das concepções de autores americanos como Kephart, Getman, Cratty,
Frosting, Ayres e de autores russos como Vygotsky, Luria, Bernstain, nos diz
que este último autor evidenciou que os avanços em relação ao cérebro humano
partem de um relacionamento com a ação humana. O modelo proposto por Bernstain
critica a metodologia expositiva verbalizada e verbalizante do ensino tradicional que subestima o papel
da ação da criança sobre algo.
Enfim, esta janela projetada para
o futuro e como fenômeno cultural também, envolve multicontextos sendo
multicomplexa.
Mas a que vem este pequeno
histórico? Minha curiosidade sobre a ação motora
MANUAL e PERCEPTIVA das
crianças de periferia sobre as maquinas de games em Lan houses e a ação motora das crianças que podem
utilizar o tablet.
Amo tablet por serem moveis, e na
atualidade adoto o mini tablet em tudo o que faço.
Lógico que passei por computadores
mais antigos (que aliás se posiciona como peça de museu), os notebooks e ao avançar para os tablets adaptei-me
rapidamente e refleti sobre a ergonomia que este artefato tecnológico envolve e
que possibilita o seu manuseio para diversas faixas etárias.
Vamos por partes:
- o computador sempre exigiu algo
que era uma habilidade refinada (coordenação fina) a digitação, remanescente
das maquinas de escrever e a velocidade dos utilizadores eram muito apreciadas,
mas em tempos de web 1.0 os documentos eram o principal foco desta ação.
- os notebooks facilitaram
decerto com a mobilidade, deram continuidade às habilidades já conhecidas e a web2.0 imprimiu diferenciados contextos libertários
que habilitavam mais do que textos escritos para qualquer máquina ampliando a
sua utilização.
-Mas os tablets evoluíram em
funções cerebrais facilitaram diversas faixas etárias em sua utilização introduzindo
modificações digitais auxiliados por telas
touchscreen, com pequenos
gestos com todos os dedos além da digitação nossa velha conhecida.
Mas
o
modo de segurar o seu tablet e o ato de segurar e digitar ao mesmo tempo é
sensacional o mesmo ocorre na telefonia móvel onde se encontra prioritário o uso
do dedo indicador e o dedo polegar que
entraram em ação principal.
A historia evolucionista da nossa mão como
segmento de Preensão (dos pés também) é muito interessante e de como essa
evolução se deve a fatores adaptativos em nosso ambiente de sobrevivência.Segmento
que utiliza a percepção comandada pelo cérebro, que influenciou a Robótica e outros setores industriais.
A valorização daqueles que ainda
utilizam técnicas rudimentares de ofícios, os artesões, se torna importante e da mesma forma nos surpreendemos com as crianças e a sua adaptação veloz e
intuitiva ao manuseio dos tablets e máquinas de games.
Pelo visto o nosso movimento mais
preciso ultrapassa ao movimento de pinça, que une os analisadores ótico e tátil,
ainda vamos mais longe em nossa complexidade.